No
Brasil não temos a Gestapo, não temos a KGB e o nosso antigo
Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) já não reprime mais
ninguém... Mas quem acha que não existem outros tipos de patrulhas que
visam ditar as regras DENTRO de um regime democrático está completamente
enganado. É o pensamento clássico do "... não concordo com você, espero
que você acabe preso!". Imaginem vocês se o poder chegasse em mãos de pessoas assim, que retrocesso seria para o país inteiro!
De um lado, em bloco, temos lamentavelmente aquele pessoal da esquerda
militante que engloba também as feministas radicais. Não é impossível
imaginar alguém desta vertente política que NÃO compactue com estas
mesmas que são racistas de gênero, porém é difícil imaginar uma ou um
feminista radical que milita pelo conservadorismo de direita. Na prática
o que lamentavelmente nós percebemos é uma total dificuldade,
inexperiência, de alguns órgãos em como lidar com essas novas patrulhas.
Vamos pegar um exemplo bem simples, aqui, da rede social.
Que
medida uma equipe de rede social deve tomar quando, em peso, recebe
denúncias sobre alguém que NÃO cometeu nenhum crime? Se esta pessoa não
cometeu nenhum delito, e, na verdade, ELA MESMA é ameaçada, como que
deveriam agir diante de denúncias em massa (por parte de pessoas que
simplesmente não concordam com ela)? O ideal é lembrar que estamos em
uma democracia, que foi conquistada a duras penas. Que a liberdade de
expressão é algo mais do que sagrada, desde que, evidentemente, não fira
a integridade de ninguém. O curioso é que os grupos que patrulham a
Internet e mundo à fora não respeitam este princípio basilar. Agem em
bando, de propósito, pressionam entidades, órgãos, até asfixiá-los e por
fim, fazer o que eles querem. Isso é claramente um erro, e um erro
perigoso até mesmo para o bem estar social.
Uma forma que as
sociedades democráticas encontram de se purgar é justamente no confronto
de ideias. Mas quem no Brasil sabe confrontar ideias? Sabe-se
intimidar, sabe-se mandar os outros para "a cadeia", sabe-se seguir uma
cartilha ideológica com antolhos de cavalo, sabe-se agir como
fundamentalistas para, depois, criticarem os mesmos fundamentalistas (no
caso, religiosos)! E a lógica fica onde? Em lugar nenhum. É que quem se
envolve com a política neste país tende quase que tradicionalmente
ingressar nas fileiras da esquerda. Fosse uma atitude visando
exclusivamente o social, uma política que enfatizasse os pobres e
desamparados, e isso seria digno de aplausos, mas não é bem assim...
Quando alguém começa a decorar a cartilha ideológica da esquerda, mal
sabe onde está se metendo. Na verdade qualquer grupo bem organizado já
tem seus modos não só de atrair mas também de domesticar seus futuros
acólitos. Se perguntarem se esse modus operandi não é bem típico dos
grupos religiosos, direi que sim, de fato agem assim. E de fato, caso os
novos arregimentados não sejam pessoas muito inteligentes, com
experiência, este será capaz de vender seu apartamento, seu único carro,
apenas porque o pastor mandou que ele pagasse o carnê da sua igreja.
Mas quem disse que um movimento político também não age assim?
Como já dissemos várias vezes aqui, tente contraargumentar com uma
feminista militante. Se for sua amiga, ela o deletará do Facebook em
poucos dias. Se for amiga da vida real, ela se afastará de você como se
você estivesse com lepra. Se você começar a se explicar para alguém que
não conhece, mas que se trata de uma feminista, que sua posição não é a
favor deste movimento, facilmente esta pessoa te desprezará e, não
dificilmente te chamará de "machista". Este termo é mais do que
pejorativo, porque "machista" pode ser tanto um estuprador quanto um
homem que assovia para uma mulher com micro-shorts no meio da praça da
Sé. Este modo nada sutil de demonizar o inimigo é eficiente. Uma massa
de "coitadinhos" exige a derrubada de alguém que contrariou os seus
termos, e consegue. Vamos abrir um círculo humano e dar suporte para
que, em nossa manifestação pública, um casal destrua imagens sacras e
enfie no ânus! Vamos criar material, muito material virtual, e espalhar
pelas redes sociais apresentando o homem como um ser inferior,
facilmente domesticado! Vamos sair às ruas seminuas, ou nuas mesmo, com
crianças ao redor! Vamos celebrar o funk carioca "proibidão"! Tudo isso é
celebrável, é tolerável, mas... se você criticar nosso movimento, você
será preso, afinal você é um "machista-intolerante-radi cal da extrema-direita". Assim fica fácil, não?
É por tudo isso que a esquerda vem sendo profundamente odiada não só
pelos seus contra-pontos, a direita mais reacionária, mas também por
aqueles que mantém a lucidez, mesmo que sequer se sejam politicamente
ativos. Nem iremos falar do tal "marxismo cultural" porque simplesmente
não há necessidade. Em terra de sonâmbulos, quem é desperto apodrece na
cadeia.
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